A palavra em si

À folha que temer meus sete versos,

Rabisco então setenta vezes sete,

E escrevo meus lamentos adversos

No muro que eu furar em canivete.

Pois nada do que escrevo tem perdão,

Nem perde pela escura lenda fogo.

Eu quero esta palavra qual canção,

Vencer também as regras deste jogo.

Em si palavra e verso são de bronze,

O chumbo e o cobre em força tenebrosa,

Que forjam no papel à linha onze,

O fogo, o verso e a rima de uma prosa.

Palavra em si platina o verso bronze,

Na letra que emoldura minha rosa.