verdes cantares

~

se pelo teu ombro punjo arrepios

e mal os dentes a custo contenho

há poros que clamam, há ânsias que tenho,

fome de caimão pela foz dos rios?..

a sombra amiga, o amigo nevoeiro

dissipam-te os olhos, algo impacientes,

e não há palavras para o que sentes

quando a pena é língua, a boca tinteiro!

ao ventre a mão de orgias, nunca floridas!

ao peito o hálito de muitas, muitas vidas!

à boca a boca, seca por areia!..

madrepérola que sonha a preia-mar

enquanto a espuma escreve pelo ar

o teu encanto, tão verde, de sereia!..

~

Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 22/05/2016
Reeditado em 28/05/2016
Código do texto: T5643631
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.