Soneto Glacial

Ardia em meu peito o amor,

Na intensidade da explosão atômica;

Na doçura com que o colibri beija a flor...

No furor da alma indômita.

E porque ardia, dei-me de coração,

Entre o bailado da lascívia

E a loucura da paixão...

Qual ao alçapão, se dá a cotovia.

Entretanto, calei em mim tal ardor...

Eu que no amor me fiz de mar,

Emudeci, parei de amar e de sorrir...

Vagas de ciúmes me fizeram calar,

Tornar-me glacial... Preferi.

Sequei, qual seca o botão da flor.

Antonio Rey

Antonio Rey
Enviado por Antonio Rey em 14/07/2007
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