Soneto 102

Soneto 102

Perdi muitos anos, foram amargos

e em meu peito cresceu nefasto monstro

cuja face real a ninguém mostro

total desprezo aos cínicos afagos.

Com sofrimento são raros pecados

atolam na lamúria de um cru encosto

as lembranças torturam em desgosto

como caminho explícito de errado.

E transpasso da morte escuro vale

meu ritual necromântico ama a Kali

vivo e quem hoje está torna um cadáver.

O final organiza o caos do cosmo

mas sempre haverá o perdido, o pasmo

para comprometido é à morte dever.

09/06/2016

Leandro José Ferreira
Enviado por Leandro José Ferreira em 09/06/2016
Reeditado em 09/06/2016
Código do texto: T5662446
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