Ventos sombrios

Teus ventos sepulcrais, luzentes e sombrios,

Que a carne inda há de arder em tua praga augusta;

Roendo no teu corpo escasso em que degusta

Dentre o ar fúnebre e o sangue absoluto dos rios.

Morrerás, ao rugir de um choro e aos assobios,

Com que andes a morrer na agonia robusta!

Que a cova é singular como a escarlate exausta

Dos ossos à avidez, mas também são impios.

Dizendo: "Somos maus, com cortes imortais",

Há umas auroras más da morte, pois fatais...

Grutas cemiteriais dos corpos putrefatos.

Onde eles mandarão os urubus e os corvos,

Que o som é um grito augusto!... Os raios meio torvos!

Quanto medo?! Os umbrais horrorosos, que ingratos...

Lucas Munhoz - (16/06/2016)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 16/06/2016
Reeditado em 16/06/2016
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