Ninguém dirá
Ninguém dirá que te desejo tanto
ao ver-me assim distante e pensativo,
nutrindo no meu ser um sonho santo
por ver que de sonhar agora eu vivo.
Ninguém dirá de mim que rio e canto
ou mesmo choro, e encontro um lenitivo
no riso, ou só no alento de meu pranto;
na chama deste amor que eu reavivo.
Ninguém dirá que te revelo o mundo;
um mundo todo meu, com alegrias
e tudo mais que exista de profundo;
Ninguém dirá que te dou os meus dias;
e dou-te um sentimento tão fecundo
e todo o bem-querer, que não querias...