SONHO MALVADO

Entre o nascer e a morte o que é que se tem?

A minha vida é nada, se nada eu tenho

Seguindo por qualquer rumo, dizendo amém...

No mar bravio, só, e apenas... sou um lenho.

Minha vida foi só vontade, é quimera

De sonho farto sim, mas jamais impetrado.

O inatingível eu quero... Porém, quem dera?

No interior está ele bem ordenado

Quando ocorrerá, pois, o fim deste tormento?

Se a vida de mim logo foge, some, esquece

e tudo passa, é só mais um pra meu lamento!

Mas ele insiste, quer vingar meu desespero.

Quando em mim anoitece ele não permanece...

Que posso fazer sonho? Nem tu és sincero.