soneto "Espinho"

Onde tu moras,

Senão nestes espinhos?

Pois mesmo em tão doce aurora

Salga-me o peito, a falta de teu carinho.

Quão forte paladar sanguíneo

Afronta-me o teu gosto do beijo

E como rima de Noel, desejo

E encontro em você meu declínio

Escolha! Ou corta-me a garganta do diabo

E expõe meu amor emoldurado

Nas paredes da galeria do cinismo

Ou prometo, num dia ou n'outro

Sentir meu corpo nulo em peso morto

A planar por ti, num majestoso abismo.

#guarnier