Lamenta o poeta os parcos louvores que rende a Deus

A loa que eu elevo, meu Senhor

(aquela que me empenho), se Te atinge,

releva-a quando a vires, seu valor

é grande pelo intento e jamais finge,

à sombra, uma intenção ou falso amor.

Meu gabo é lhano como o da siringe

das aves, que do dia canta o alvor;

e eu, à Luz que a alma guia e cinge.

Escuto as Tuas súplicas: nutri-me

a sede! Em meu deserto a terra enxuta

escavo, até que noto algo sublime.

Ó, falsas oferendas de quem luta!

Ungido o pano em fel — eis o meu crime! —,

o entrego a quem por mim tanto labuta...

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 01/07/2016
Reeditado em 14/03/2017
Código do texto: T5684415
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