IMPERFEIÇÃO

Não se achou entre as culpas do passado

Uma só que impiedosa apontasse,

E que embora de ti não se olvidasse,

O desterro d'um homem desonrado.

Antes mesmo que assim alguém falasse,

Alteroso, pretenso e arrogado,

Rebateste, em tom demasiado,

À infâmia que, em mentira, te ocupasse.

Não negaste ante as sendas da razão,

As instâncias tão belas, adoráveis

Que te dão carinho e compreensão.

Mas bem sabes que as vias insondáveis

Que perscrutam de vez teu coração

Nem sempre se traduzem bem viáveis.

(EDUARDO MARQUES 25/05/15)

Eduardo Marques da Silva
Enviado por Eduardo Marques da Silva em 12/07/2016
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