A Ladainha do Anjo Negro
Só ele o Anjo mais esplêndido do céu
Que a morte atraiçoou e carente do elogio
Ele que é o maligno senhor das trevas no frio
Vencido por Miguel descesse num fogaréu.
Sem piedade desta prolixa desgraça
Circunspecto e enfermo anjo do abismo
Maldito a espalhar os males neste cismo
Nas desgraças do tinhoso e ao paria passa.
E esta a morte tua complexa amante
No desalento de uma insana fascinante
Ele que dá ao proscrito a punição ufana.
Em torno da forca do condenado engana
Só ele sabe onde vive a alma desumana
Que o cioso Anjo já guardou o triunfante.
DR PAVLOV