O TEMPO

O tempo, como um caminheiro errante

Vindo do sempre se acomoda ao meio,

Atrevido, dispõe suas garras e dentes

Movendo vidas sem nenhum rodeio.

 

Traz alegrias, tristezas, divagações,

Roendo ossos, regurgitando as veias,

Ensinando que nesse vale de ilusões

A morte espreita e vigilante negaceia.

 

Tempo não têm destino, é como os ventos

A todos tocam e em suas almas permeia,

Não há escape, o melhor é ficar atento.

 

Assim digo: vivi tanto e também tão pouco,

Recalcitrando o tempo que me incendeia;

Quebrando espelhos, gritando ate ficar rouco!

 

Haromax