Coração de matuto
No universo do meu sertão,
campeando o gado cansado
ou voltando do meu roçado
eu cavalgo de olhos no chão.
Meu cavalo parece entender,
Meus cachorros não ficam atrás.
A saudade que o vento me traz,
são lembranças do meu bem-querer.
E essa chuva malvada não vem,
foi-se embora com meu bem-querer.
Desse jeito, não vale um vintém
essa vida, esse amor ausente.
Mas aquilo que o olho não vê
meu matuto coração não sente.