Dádiva de amor
Lira desleal de ouro fulgente
Na intensa dor do nervo desatado
Vozes e articulação decadente
Em tuas mãos de horror eivado.
Na nossa própria sangria fluente
Da falta de razão do mal brotado
Álgebra limpa da pacífica frente
Matéria da paixão que tem sonhado.
Olho provincial da melancolia
Ativo no ar e no mar que vemos
Cântico da voz sem nenhuma alegria.
Como láurea de flores que queremos
Inimigos do teu amor que foi um dia
Pura afeição sentida que doamos.
DR FLYNN