Perfume do Passado

Seguindo novos rumos, o pirata
Desata-se do cais e põe-se ao largo
Amargo desce o Rum - compra barata
Chibata em sua alma, desencargo.

No embargo de ilusões, olhar ufano,
Borgiano, lá no fundo uma esperança.
A lança ele ergue ao Sol qual espartano
E o pano, a bujarrona, ao mar avança!

Alcança novos ares, correnteza,
Leveza de um perfume do passado...
Brocado, lembra o manto de uma deusa...

Destreza, gira o leme à estibordo...
Acordo... e meu pirata dorme ao lado
- Amado,  fiz-me barco... venha à bordo!


ElischaDewes
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 fcunha lima
PIRATA
Por entre as ondas dos nossos lençóis,
Tento dormir, mas logo perco o sono,
Após borrasca de amor o abandono,
Porto seguro que nos deixa a sós.
O teu gemido, de sereia, a voz,
E tuas sedas lisas quais quimono,
Sobre teu corpo do qual seria dono,
Também dono do amor que somos nós.
Sendo pirata, marujo destemido,
Manejo o leme do amor havido,
Para ir descobrindo a minha meta.
E a tempestade, quase uma rotina,
É fúria cujo leito determina,
Só por um dia ser o teu poeta.

Fernando cunha lima 29-12-2016.