PROMESSAS BASTARDAS

O silêncio cru desse teu pobre mundo

Trazido no pensar abafado, ferido...

Liberta aquele grito trancado no fundo

Numa tortura viva, tola e sem sentido.

Essas palavras não foram alinhavadas

No interior amargo, do teu triste peito

Mas foram sim, ali presas, escravizadas

Como quem a qualquer hora perdeu o jeito

De falar o que não pode ser acolhido

Ou ainda, que será visto como um algo imundo

Que sai de um coração cansado e, aqui esquecido.

Quer agora então lágrimas, que derramadas

Acabem com o sonho desdito e imperfeito

Que sem direito algum faz promessas bastardas.