Indo

Vão-se os meus anos... Vão-se os sorrisos,

sem prévio aviso, se vão embora;

vão-se os meus planos; antes precisos,

vão-se indecisos no tempo afora...

Vão-se, por ora, meus desenganos,

pelo oceano, sem ser preciso

dar-lhes, agora, quaisquer abanos;

em choro insano, vão-se os sorrisos...

Vão-se meus passos, vão-se os meus dias;

e as poesias vão-se no espaço

para outros braços e mãos vazias...

Vão-se os meus dias, vão-se meus laços,

vão-se os abraços... E as poesias

vão-se, vazias, para outros braços...

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 07/10/2005
Código do texto: T57462