Indo
Vão-se os meus anos... Vão-se os sorrisos,
sem prévio aviso, se vão embora;
vão-se os meus planos; antes precisos,
vão-se indecisos no tempo afora...
Vão-se, por ora, meus desenganos,
pelo oceano, sem ser preciso
dar-lhes, agora, quaisquer abanos;
em choro insano, vão-se os sorrisos...
Vão-se meus passos, vão-se os meus dias;
e as poesias vão-se no espaço
para outros braços e mãos vazias...
Vão-se os meus dias, vão-se meus laços,
vão-se os abraços... E as poesias
vão-se, vazias, para outros braços...