Incentiva o poeta a abnegação aos falsos deleites da Terra

Fulgores de meus sonhos, consumidos

(efêmeros que foram), sonhos verdes,

por sopros implacáveis, nos perdidos

momentos de vigor... Quando estenderdes,

finadas pretensões parasitárias,

os vossos corpos fúteis em minha alma,

vereis amargamente: não sois páreas

a este ambiente lúgubre, de trauma.

Como hei de assimilar toda a agonia?

Bandeira diz num verso o que não posso

usando estes catorze. Vejo o osso

da vida a despontar, que o envoltório

do breve gozo já o peremptório

instante encontra: é vã toda a alegria...

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 02/09/2016
Reeditado em 24/01/2017
Código do texto: T5748519
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