O soneto que eu não quis escrever
O soneto que eu não quis escrever
As letrinhas pulavam no teclado
e até parece que diziam assim:
- Escreva-me, poeta, vai por mim,
eu levarei pra ela o seu recado!
Mas eu sabia, estava terminado,
não iria insistir, chegara o fim.
Que ela fique enfeitando o seu jardim,
já que o seu coração está fechado.
E vinha a inspiração à minha mente,
e palavras surgiam à minha frente,
porém eu não queria escrever nada.
Não insistam, letrinhas, por favor...
Não voltarei, jamais, àquele amor;
só quero paz na minha madrugada.
Gilson Faustino Maia