TEXTO

De novo o soneto vem assim bem ligeiro

De olhos bem claros e vivos sobre mim

De corpo e espírito, forte e inteiro

De braços abertos e asas como serafim!

Dobrável e flexível, serpenteando no ar,

Sustentável e visível, ondulando o cantar

Quebrável, mas crível, mergulhado no mar,

Inimaginável, mas tangível, buscando o criar!

Assim, eu, poeta, entre a angústia e a razão,

Escrevo, reescrevo, às vezes sim, às vezes não,

Apago, tela em branco, aparente e triste fim...

Todavia, ao reescrever a reescrita, o pleonasmo

A viciada poesia ganha corpo e eu, num espasmo,

vejo, depois do processo, o verso, o texto, enfim!

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 12/09/2016
Código do texto: T5758557
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