Soneto de Trapos

Descubro palavras sombrias

no meu primeiro soneto

emoções sangrando caídas

nas ruas, nos becos, no gueto.

Fugia-me a lua e as estrelas

contemplava os sem sonhos

estátuas de silêncio sem caras

ricos cegos nos castelos.

Era magro e frio meu olhar

pensamentos sofridos

com tantos sem pão, sem tostão.

Vestia de trapos e cacos a poesia

em prantos com a multidão

por um pedaço de chão.

23/07/08

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 23/07/2007
Reeditado em 24/07/2007
Código do texto: T576889