Vencendo o que vem sendo o medo da morte
Meu peito sangra pela chaga aberta e antiga
por qual adaga ou por qual mão inda não sei
mas não me assombra não saber – somente a vida
vai revelar-me se a senti ou se eu sonhei...
Meu ser naufraga ermo das angras que me abrigam;
sem meio-termo indaga à morte se inda tarda
ou se me aguarda em minha sombra; mais me intriga
já não temê-la quando enfermo ainda eu arda...
Não tenho medo! Nada é meu a ser tomado
nem mesmo a sorte – não há dados sobre a mesa;
doce a incerteza e o saber-me despojado...
Quando for dado por consorte eu sem tristeza
rirei da morte em meu segredo, preparado,
pois cedo ou tarde me terá – tenho certeza!