Vencendo o que vem sendo o medo da morte

Meu peito sangra pela chaga aberta e antiga

por qual adaga ou por qual mão inda não sei

mas não me assombra não saber – somente a vida

vai revelar-me se a senti ou se eu sonhei...

Meu ser naufraga ermo das angras que me abrigam;

sem meio-termo indaga à morte se inda tarda

ou se me aguarda em minha sombra; mais me intriga

já não temê-la quando enfermo ainda eu arda...

Não tenho medo! Nada é meu a ser tomado

nem mesmo a sorte – não há dados sobre a mesa;

doce a incerteza e o saber-me despojado...

Quando for dado por consorte eu sem tristeza

rirei da morte em meu segredo, preparado,

pois cedo ou tarde me terá – tenho certeza!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 08/10/2005
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