Mistério do além ( Menção ao poema "Fausto" de Raferty )
Alma emasculada... matéria morta!
Nada de mim sobrou, nem mesmo eu.
Ofereci-me pro diabo e pra deus;
nem um nem outro quis abrir-me porta.
Satã deu-me a cerveja que bebeu
e mil mulheres assexuadas...
sem orifícios para dar entrada
ao falo triste que não me tolheu.
E deus, do alto de sua bondade,
oferceu-me toda castidade
como uma divina recompensa.
Os dois deixaram-me, alma penada,
a masturbar a eterna namorada,
sem descobrir o que um deles pensa.