Pirâmides

Encravadas no cerne do deserto,

Ocultando no bojo amiscos entes,

Mostrando-se em ângulos imponentes,

Mas no interior quase tudo incerto

Habitação de esdrúxulo aloenxerto,

Ouro de escravaturas procedentes,

Almas mortas rilhando os podres dentes,

Nesse fantasmagórico concerto.

Eis as suntuosíssimas pirâmides,

Nada mais que pequenas outras lápides,

Guardando corpos pútridos disformes.

Quantos de nós assim também não somos,

Tumbas de mal cheirosos cromossomos,

Sem paradeiro andando pelo orbis.

Aracaju Sergipe, 27/ 09/ 2016

mozaniel almeida

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 08/10/2016
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