Atípico

O poeta é assim um tipo estranho.

É tão tantos nalguns poucos momentos,

E tão só quando resta-se em fomentos,

Que até escreve por ouro o que é estanho.

Não traduz tão somente o seu sentir,

Nem tão pouco o que sente outras pessoas.

E não diz coisas más ou coisas boas,

Tudo isto é apenas suvenir.

Pois percebe a palavra em sua força,

E se encanta entre as letras qual criança.

Quando escreve em papel sua bonança,

Tempestade em silêncio não o destorça.

A este ser, poesia eternamente,

O elogio ao tal dom de sua mente.