DESILUSÃO

Se por tanto tempo nesta loucura

Caminhei sozinho e sem ter razão,

Hoje, bebendo o fel da desventura,

Recrudesce o vazio da solidão.

Se já não resisto à investidura

D’um pulsar insano do coração,

É porque vestindo-me de amargura

Aniquilo o engodo dessa ilusão.

Porém, se amanhã não esmorecer,

Uma fulgente luz me dará abrigo,

Libertando-me dessa maldição.

E de todo engodo que fiz crescer

Nada restará além de um jazigo

Enfurnando o mal da desilusão.

(EDUARDO MARQUES 17/10/16)

Eduardo Marques da Silva
Enviado por Eduardo Marques da Silva em 17/10/2016
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