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(Imagem do Google)

 
Hoje, pela manhã, procurando uma cera especial para eliminar riscos na pintura do carro, dei de cara com um remanescente de meus tempos de seresteiro. As primeiras perguntas dele foram sobre os violonistas que nos acompanhavam quase todos os dias, noites afora. Das minhas respostas pesarosas, a que mais lhe doeu, foi a perda de Romualdo "Alcatrão", ano passado. Saí do encontro um pouco mais triste do que triste sou. Daí, esse soneto, "O CANTO DO SILÊNCIO"...

 
O CANTO DO SILÊNCIO
Odir Milanez
 
 
Cantei demais enquanto fui liberto,
qual ave cortejando o céu contente.
Mal o dia dissesse estar desperto,
eu cantava o meu canto confidente.
 
Enquanto o meu futuro era deserto,
eu cantava o passado no presente,
fazendo-o de mim chegar mais perto,
muito embora o soubesse sempre ausente.
 
Cantei amores pela noite afora,
a madrugada em volta ao violão,
um violão sem voz, velado agora!
 
Cantar demais cansou meu coração.
A minha voz se foi, de foz em fora.
Hoje canto, em silêncio, a solidão!
 
 
JPessoa/PB
26.20.2016
oklima
 
Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e o versa em versos de amor...
 
odirmilanez.blogspot.com
 
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oklima
Enviado por oklima em 26/10/2016
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