Sonetos Diversos 3

Amarga lembrança que não me deixa...

Salivando ferozmente, latindo, latindo!

Debruçando-se na relva e como queixa,

Dilacera a vida que dantes ia partindo.

Dilacera mordendo, mordendo, mordendo...

Que nem sangria cortada, jugular rompida,

Meus ossos em moenda, dentes moendo...

Será que a vida de solidão deixaria ferida?

Soltar-mi-ei para sempre da fatal fera!

Que a solidão em mim se tornou, cativa.

Nem mesmo entre severas dores, já era?

Que o dissabor de navegar na vida fizera:

Solitário ser deixado às traças ardidas,

Não vendo a hora de libertar-se, a espera!

Amarga lembrança que não me deixa...

Salivando ferozmente, latindo, latindo!

Debruçando-se na relva e como queixa,

Dilacera a vida que dantes ia partindo.

Dilacera mordendo, mordendo, mordendo...

Que nem sangria cortada, jugular rompida,

Meus ossos em moenda, dentes moendo...

Será que a vida de solidão deixaria ferida?

Soltar-me-ei para sempre da fatal fera!

Que a solidão em mim se tornou, austera

Nem mesmo entre severas dores, que era?

Que o dissabor de navegar na vida fizera:

Solitário ser, deixado às traças ardidas,

Não vendo a hora de libertar-se, a espera!

Lembro-me da vontade de te amar

Lembro-me quando cheirava a flor

Lembro-me do seu perfume o odor

Lembro-me do teu sorriso a suspirar

Ainda lembro-me dos momentos juntos

Lembro-me da ânsia do meu coração

Lembro-me do beijo que prezei, e muitos

Ainda lembro-me da vida e da emoção

Então vem o vazio, que tira minha alma

Quando me lembro que me disseste: não

Lembro-me de ter perdido a minha calma

Então vejo que a alegria era uma ilusão

Quando o vazio ressurge como que salva

Lembro-me, o que eu queria era maldição

Paulo Poeta
Enviado por Paulo Poeta em 27/07/2007
Código do texto: T582080