Aos Passos do meu filho não nascido

Vê tu, meu pobre filho, a inexistência

Que amputa-te de mim a cada instante

É o ponto onde descansas teu semblante

Desta incomensurável decadência.

Já que não vives, guarda esta inocência

À sina que espera-nos adiante

E poupa-te, querido, à sufocante

Putrefação que vem desta existência.

Perdoa-me, por fim, se estremecida

Esta matéria humana e subjugada

Tornou-te uma lembrança não nascida

E fica-te a dormir nessa jornada

Porque depois dessa inconstante vida

Abraçarias novamente o nada...

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 28/07/2007
Reeditado em 07/08/2007
Código do texto: T582617
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