Calendas

Pondo-me a andar por este labirinto,

Onde cai por vezes semimorto,

Escorre-me um suor algente ao rosto,

Com um sabor picante de absinto.

Perdido entre a razão débil e o instinto

Fraco, por um destino tardo e torto,

Notívago sem zona de conforto,

Ébrio de poesia e vinho tinto.

Nascem assim os versos que escrevo,

No futuro, pretérito ou coevo,

Nenhum é verdadeiro, ledas lendas.

Tergiversando vão para o monturo,

Como o lixo atirado ao pé do muro,

Como um projeto atirado às calendas.

Aracaju Sergipe. 08/ 11/ 2016

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 19/11/2016
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