Metáfora

Poema sou eu mesmo sem saber,

E eu mesmo, sem saber que embora seja,

Sou voz emudecida na peleja,

Em pêlo e tão sozinho no querer.

Em face a quem não lê as entrelinhas,

Sou forte feito a fera de além mato.

No entanto, desprovido de aparato,

Sou letra tão pequena nestas linhas.

Meu célebre pensar e feito um rio,

Que chove em cachoeira lá tão longe,

Se tranca em versos soltos feito um monge,

Mas sempre volta ao lar coberto em frio.

Figuras de outras vidas neste texto:

Assim refaço a história no contexto.