Pelo pão

Sinto-me fraco e preso na vergonha

de ver tristonha a sina do oprimido,

cujo sentido é o pão que ainda sonha;

triste vergonha de não ter conseguido!

E penso que por não dizer teu nome

não sou tão homem, e nada tenho feito,

ou dado um jeito à fé que me consome;

ou dado à fome um fim de qualquer jeito!

Sei que este mundo em nada se parece

com tua prece ao repartir o pão,

mas sem razão não fiz o que pudesse...

E agora, em prece, eu peço o teu perdão,

porque meu pão amargo hoje me desce

pois que padece em fome o meu irmão!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 11/10/2005
Código do texto: T58590