Soneto de Te(l)urgia

O chão que pisam meus pés

Se conhece por meus pés.

O entorno que meus olhos veem

Não é, ainda, os lugares que frequento.

Meus pés guardam o chão

Como rebanho em recolhida

Nutrido do enverdecido alimento

E do orvalho sereno da noite ida.

Guardam do mar o mergulho

E a volúpia da onda de apagar,

sem desatar, as pegadas na areia...

Nós: Instante por instante

Quebrado em terra que fissura

E abundante mar devasso em cheia.