APATIA

APATIA

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=28/dez./2016)

Queria ser um poeta, sábio, pra falar da vida,

Uma pessoa aguerrida de uma forma completa,

Porém sem ser, minha meta, por contraste é agredida,

Inflamando uma ferida que todo o meu ser afeta.

Tentei paralelizar sonhos com realidade,

Germinei tanta vontade! Porém só cheguei plantar,

Não consegui cultivar, faltou-me a capacidade,

Privei-me da liberdade, me limitei a sonhar.

Castelos que eu ergui com fiel concentração

Na minha imaginação, tantas fábulas eu vivi!

Só agora percebi a enorme frustração.

Quanto mais eu construía os meus castelos de sonho

Não percebi que medonho breve futuro viria

Desnudando-me a alegria, vestiu-me em traje tristonho.

(3o. pág. 74)

"https://www.clubedeautores.com.br/book/212294-M-O-M-E-N-T-O-S"