ALEXANDRINO AO AVESSO
Iniciei o então Alexandrino ao fim
Vejam só, começar assim, pelo terceto
Talvez falem, por esse fato, mal de mim
Oras, quem se acha a Tânia, ao mudar soneto?
Fazer Alexandrino desse jeito assim?!
Por acaso o acha tão arcaico ou obsoleto?
Jamais isso eu diria sem fugir a Ética
Sendo o soneto o MOR do merecido louro,
Digo ser ele o REI de toda a obra poética
E por isso então, brilha enfim, imorredouro.
Note que estamos nós na era da cibernética
Por que não poderia encontrar meu tesouro
Nessa quadra valente e, sem ferir a estética,
Só fazendo aqui então, a minha chave d’ouro?