Ao Poeta de Atenas
Por que neste intenso e voraz sentimento
Ao batalhar com a era de muitas dores
O declínio, mais vil dos insanos amores
Poema dos danos variados do tormento.
Agora morrendo nestes vis clamores
Nos confusos jardins do pensamento
Brotaram as flores sevas do desalento
Nas secretas torturas e seus horrores.
Num herdeiro que repara nesta Helena
No traço de pastel ou bico de pena
Nos valores ceifados da afeição rara.
Aos pecadores amotinados nesta cena
No mundo da beleza assim tão pequena
Naquele poeta está a dor que não pára.
DR SMITHY