Última morada...

Inspirado no magnífico soneto "Quando Meu Corpo Vir Virar Carbono" de

autoria do poeta fcunha lima...Obrigada poeta Fernando por me inspirar com seu talento!

No campanário triste, deserto

soprarão os ventos a esmo, libertos

com funéreas cantigas saudando

o cortejo que irá se aproximando...

Última morada, destino tão certo

no lúgubre caixão de flores coberto

jazerá meu corpo que à terra irá descer

e sob a lage fria prá sempre adormecer...

Não sentirei mais o sol a pele afagar

nem da lua e das estrelas verei a magia

nem das doces borboletas o bailar...

Meus pobres pincéis irão se aposentar

e nos meus cadernos nunca mais poesia

quando meu corpo, por fim, à terra baixar...

(ania)

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Magistral interação de autoria do poeta Weber Palmieri...

Obrigada poeta, amei!!!

Morte Aparente

Das entranhas da úmida terra

Retumba um urro de nota histérica,

Geme a alma que o corpo já não encerra

Cedeu, enfim, à rigidez cadavérica.

Meio decomposto pela ação biológica

Não é o corpo a repousar do apelo físico,

Retorna ao chão a matéria genérica:

Segue seu rumo o espírito único;

Refutai a pretensão criogênica,

E a pompa do funeral histriônico

O epílogo de uma epopéia homérica

Equivale à morte de uma criança anêmica.

Que não se eternize o crocidismo agônico,

Não vos apegai ao ambiente tétrico,

Pois, se volta um corpo ao extrato telúrico,

Avança o homem em seu rumo etérico. (weber)

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Primorosa interação do poeta Inaldo Santos...

Obrigada poeta, amei!!!

PINTAR VIVER...

Já falamos da morte tão cedo,

E o dia ainda não nasceu,

Já nascemos com o medo,

O mesmo que a noite escreveu.

Será o olhar frio no espelho?

Ou os cacos que dele rompeu?

A congelar na alma em preto,

Colorido que a mão se esqueceu?

Pincele com clamor aos anjos,

Eles transformam garranchos,

Em belo céu que já foi teu.

Na tela da vida dê encantado,

Pincéis de amor em planto,

Ore pelo amor de Deus.

(Inaldo Santos)