Lusoneto
Queres morder a língua, porventura?
Porque eu, por mim, te digo que não quero.
Não me venhas então com lero-lero
e nem me tomes por um linha dura.
Camões, Pessoa, Junqueiro, Eça ou Antero
de Quental, o luso é alma pura,
que alinhava a melhor literatura
desde os tempos de Ulisses e de Homero.
Oh! Minha doce, inefável criatura,
piamente podes crer no que assevero:
teu passado de glória e ventura,
na cabeça de pedra deste ibero
bate e rebate e, finalmente, fura
um minúsculo furo nota zero.
Queres morder a língua, porventura?
Porque eu, por mim, te digo que não quero.
Não me venhas então com lero-lero
e nem me tomes por um linha dura.
Camões, Pessoa, Junqueiro, Eça ou Antero
de Quental, o luso é alma pura,
que alinhava a melhor literatura
desde os tempos de Ulisses e de Homero.
Oh! Minha doce, inefável criatura,
piamente podes crer no que assevero:
teu passado de glória e ventura,
na cabeça de pedra deste ibero
bate e rebate e, finalmente, fura
um minúsculo furo nota zero.