EPÍGRAFE MALDITA
Leitor sereno do abjeto bruto
Gênio do mal e animal severo
Joga fora o amor servil e austero
Saltério orgíaco do prazer fruto.
Epígrafe que herdaste da maldita
Do Príncipe das Trevas decano,
Veras lerem-me no sórdido engano
O neurótico escritor da dor desdita.
Mas nos teus olhos irá brilhar
A luz do abismo dos mil horrores
Na tênue exibição dos meus amores.
Espectro intruso que vai espalhar
As buscas do amor e seus pendores
Tem dó deste poeta e seus rancores.
DR PAVLOV