Soneto da espera
Tudo eu faria pra te ver de novo,
Nem que fosse por um instante só.
Ao pensar em ti sempre me comovo,
E assim será até eu virar pó.
Esvai-se o tempo, restam as lembranças,
E esta saudade só fica maior.
Porém no coração dura a esperança
De reviver-te um dia ao meu redor.
Já não sei se é loucura ou devaneio,
Pois ainda contigo é que eu me encontro,
Ninguém mais soube ser o meu esteio.
Nos lugares onde antes eu te via,
Sem querer provocar um desencontro,
O teu nome a outra às vezes eu dizia.
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N. do A. – Na ilustração, Um Olhar Doce de Emile Vernon (França – 1872-1919).