Amor perdido

Uma dor desconhecida habita a alma

De quem um dia já perdeu um grande amor,

Dessas que dizem que o tempo sempre acalma

Sem apagar de vez por todas seu fulgor;

Como o esplendor de santidade que espalma

O coração de quem tornou-se um sofredor;

Amnésia confortável num pós trauma

Sem resquício ou lembrança do terror.

Dádiva estranha que ao perder se ganha

Em recompensa do amor perdido

Ainda que se recuse em recebê-la;

E que aprisionada no peito que apanha

Por libertar quem o deixou partido

É concumbina de quem não quer tê-la.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 02/03/2017
Código do texto: T5927930
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