SONETO DA ROSA



A rosa não curtiu ser só o emblema
Da causa errada a quem por causa a tome
E dela ignore o aroma, o solo e o nome –
Nos dedos surdos, leve, é apenas lema.

Mas e daí, Rosinha, qual o problema?
A glória é brisa – breve – logo some
Se há Glória, mesmo, ignore a própria fome
E por tão pouco chore a causa e gema...

Vou ser sincero – se acha que me engana
Errou bem feio, amor, desprezo a trama
Que ilude enquanto passa por ‘humana’...

Seu drama passa pela mesma cama
Da mesma torpe amnésia que ainda dana
A alguns, que até protestam... por mais lama.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 08/03/2017
Reeditado em 17/03/2017
Código do texto: T5935018
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