Vício

Não quero esconder meu pranto.

Deixe-me sentir como outrora,

quando podia ver a aurora,

mesmo que fosse em pensamento...

aquela volúpia ardente

fazia-me um ser triunfante.

Podia contemplar uma imagem.

Hoje, nem mesmo miragem.

Quero de novo sentir a aura,

o dulçor da efêmera vida,

a fragrância da primavera.

Neste mundo de devaneio,

meu coração lateja ofegoso.

Liberdade, meu grande anseio.