Soneto

A mesa posta na copa vazia,

a meia-noite e seu grau de incerteza...

Restam as migalhas de alguma poesia,

colhida como esmola da Beleza.

A água que goteja, lenta e fria,

as frutas exibindo-se na mesa,

a almofada que aguarda, macia,

o corpo, a alma cheia de grandeza.

O quadro meio torto na parede,

a geladeira que resume a sede

tão própria dos seres insaciáveis

que percorrem madrugadas aflitas

a devorar suas entranhas malditas,

famintos frente aos astros formidáveis...

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 28/03/2017
Código do texto: T5954385
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