Inverno de Paixões
Ao espírito que sofre, apartado
Do seu, na expatriação que me vejo
Não basta o amor bendito e cravado
Nas correntezas infiéis do desejo.
Não chega saber do ente marcado
Num desejo de um tépido beijo
Nos braços o teu corpo eivado
Na tua boca a loucura em lampejo.
Das ambições que me carcomem
Na maior baixeza se consomem
Na terra dos mortos neste inferno.
Tudo eleva o coração deste homem
Ser da nevoa tenebrosa um interno
Ficar na terra atroz neste inverno.
DR PAVLOV