Portões de ossos

Tudo esta odioso este dia

Não há sonetos belos, nem canções

Como quem espera flores em vulcões

Não pergunte por mim das alegrias

Não vê mais nenhuma calmaria

Quem já se acostumou aos furacões

Pois neste céu de muitas maldições

Ecoa só os gritos das harpias

E o chão q'vai fendendo para a treva

E a noite ante o dia se eleva

E presas se escancaram desses fossos

Não fale sobre flores na geena

Fale de minha dura pena...

...pra que eu não cruze os portões de ossos

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 01/05/2017
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