Soneto de existência condicional

Como pode um ser sobre o outro ter

Na força a ação, do gozo a vontade

Domínio do presente e da saudade

Tutela de seu eu, seu proceder

Não caber num só peito o bem querer

De querer-se mais que a si e em verdade

Não existir sem que do outro a metade

Seja o todo do que há, um mesmo ser

Mas é e estar, existe, permanece

Na pele, na vontade e apetite

Contrai, desfaz, refaz, antes que cesse

A demanda à lascívia o convite

Renasce inda mais que desfalece

Não tem fim nunca mais nem há limite

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 08/05/2017
Reeditado em 25/11/2021
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