Fim de tarde
Sentado, eu ouço de longe um pranto
E a tarde anuncia seu fim;
Há gotas a cair sobre mim,
A chuva fina a descer seu manto...
Eis que a tarde escurece um pouco;
Levantando-me a fugir das gotas,
Eu fico a bater nas calças rotas
Sentindo-me, ainda, um pouco rouco...
Sem escutar mais o pranto, penso:
Quem estaria tão triste assim
A trazer a tristeza até mim?
A amargura é sentimento imenso...
É a clausura etérea em nós mesmos,
Perdidos em pensamentos ermos.