Fim de tarde

Sentado, eu ouço de longe um pranto

E a tarde anuncia seu fim;

Há gotas a cair sobre mim,

A chuva fina a descer seu manto...

Eis que a tarde escurece um pouco;

Levantando-me a fugir das gotas,

Eu fico a bater nas calças rotas

Sentindo-me, ainda, um pouco rouco...

Sem escutar mais o pranto, penso:

Quem estaria tão triste assim

A trazer a tristeza até mim?

A amargura é sentimento imenso...

É a clausura etérea em nós mesmos,

Perdidos em pensamentos ermos.

Leo Castelo Branco
Enviado por Leo Castelo Branco em 23/05/2017
Código do texto: T6007128
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