Ninar...

Feche os olho agora, não vai demorar muito

Consegue me ver em meio a multidão?

A chuva cai e já não há mais motivos para correr

Mil palavras já não fazem sentido, antes um só sorriso era autoexplicativo

Respire fundo, limpe o rosto, recline a cabeça,

Não é o fim de tudo, mesmo que saibamos que tudo tem um fim.

Deixe-me limpar seus olhos

Tudo o que somos as vezes não é tudo que a outra pessoa quer

As vezes tudo que somos é tudo que nos atrapalha,

Mas o que fazer quando tudo que sou me atrapalha?

Quão bom é um carinho na nuca

Não é culpa sua, se alguém não consegue ler

Ou não entende sinais de fumaça, nem muito menos rabiscos,

Línguas mortas, textos indecifráveis, são raros e pouco se dedicam a eles,

Vem, me da um abraço de boa noite, meus braços são tudo que posso oferecer

Ler uma alma é algo tão maravilhoso, como caminhar por um campo florido com cheiro de orvalho

Ou pular em um lago limpo depois de uma longa caminhada e todo suado

Ou olhar as estrelas e ver bem mais que as três marias, ou cinturão de Orion.

Dorme agora, madrugada já vem, dia não tarda, meus braços também

Mas existe um preço para tais sensações,

Deixar de lado algo seu,

pelo de alguém.