A PINTA

A pinta que eu carrego em minha boca,

Que só tu vistes depois de alvo beijo,

Não surgiu de nascença – foi desejo...

Numa febre alta, intensa, vil e louca.

Esta pinta, que meu sorriso espalha

Nos recantos de minha vida errante,

Se faz de astro vibrando lá distante,

Ao céu de um prazer à romper muralha.

Cora o meu rosto um laivo de ternura,

E alastra-se em anseios, se enrubesce,

À umidade de teus ardentes lábios...

E às vezes que esta pinta te emoldura,

Na sonhada paixão que me apetece,

Pigmentos rimam teus sábios presságios.

Gigio Jr (Poemas da Chuva-2017)

GigioJr
Enviado por GigioJr em 16/06/2017
Reeditado em 17/06/2017
Código do texto: T6029284
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